terça-feira, 19 de agosto de 2008

Dilemas do fotojornalismo


“Cada vez é mais fácil fotografar. E isso é ótimo”. Hélio Campos Mello , o fotógrafo que passou pela guerra, suscita um poderoso debate. Se a fotografia está cada vez mais acessível, como o fotojornalista pode encontrar seu diferencial? Como ele faz que suas fotos não sejam apenas mais uma imagem, perdida num banco de dados?

Hélio é prova viva da revolução pela qual passou a compatibilidade da fotografia. Se hoje, carregar um equipamento fotográfico de primeira geração é tarefa pouco complexa, o fotógrafo, que já foi prisioneiro de guerra, relata que, na sua cobertura da Primeira Guerra do Golfo, seu equipamento de trabalho pesava cerca de 70kg. Era inviável executar fotos profissionais na profusão que se tem hoje.

Outro ponto interessante que ele levanta é o dilema ético do fotojornalista. O limite entre fotógrafo e fotojornalista deve ser uma linha bem definida. Uma linha que separa duas éticas profissionais distintas. O fotógrafo é um artista, portanto goza de total liberdade. O fotojornalista, em prol da credibilidade e do compromisso com a verdade, tem limites para o nível de manipulação, digital ou não, de sua imagem. O fotojornalista também tem um objetivo, um olhar diferente do simples fotógrafo. Ele informa, e tem nesse seus primeiro objetivo.

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