Mais que “Especialização do Olhar”, a palestra de hoje tem se mostrado uma perfeita aula de história sobre fotojornalismo brasileiro. Rosa Gauditano, por exemplo, contou sobre seu dia-a-dia como uma das primeiras mulheres fotógrafas do país. Ela conta que quando o jornal Folha de S. Paulo renovou seu quadro de fotógrafos e incluiu, pela primeira vez, fotógrafAs. As mulheres foram a grande manchete. É com orgulho que ela relata: “Uma de nós sempre emplacava foto de capa. E ainda ameaçava pintar toda redação de rosa”. Rosa também falou sobre sua decisão de abandonar a Veja (e seu salário generoso) para buscar um trabalho mais autoral. “Quando você trabalha na grande mídia, ela acaba te pautando”, diz. A profissional se diz realizada com sua decisão. Seus principais trabalhos incluem uma série de imagens sobre festas populares e outra sobre os índios Xavantes.
Outra trajetória interessante é a de Juca Martins. O fotógrafo relatou sua luta pela organização do sindicato dos fotojornalistas e pelo respeito aos direitos autorais do fotógrafo. A grande missão por trás de sua militância era fazer do fotógrafo um agente pensante, e não mero reprodutor das ordens que vinham da redação.
Nosso terceiro olhar vem de Emídio Luisi, prova de que a fotografia é também a reprodução da trajetória do fotógrafo. Seu principal trabalho, que tem como tema os imigrantes italianos de São Paulo, é fruto de sua própria origem italiana. Emídio também se destaca pelo seu envolvimento na fundação de grandes agências expoentes do fotojornalismo alternativo brasileiro, além de suas experiências com a “fotografia de palco”, uma série de imagens ligadas diretamente a produção teatral.
Três olhares, três experiências, três especializações. Não perca mais detalhes sobre essa palestra aqui, no blog da “II Semana de Fotojornalismo“.